PRENÚNCIO
Eu sinto no meu íntimo que vais partir...
Antes talvez, da rosa próxima florir,
comigo não estejas…
Eu sinto nesse jeito vago que me beijas,
feito uma flor quando começa a ressequir…
Às vezes, numa hora fugidia,
o teu olhar no meu olhar, paira… Desvia…
E até o espelho mostra, denuncia
o que não quero ver, quando te voltas...
Que é preciso estar pronto para o novo dia…
Ocultar teus bilhetes, tua fotografia,
não mais colher o pomo
da árvore que floresce em teu portão…
– Mas como, meu Deus,
negar a mão que escreve esta poesia…?
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