PAISAGEM VAGA
Dois espantalhos sobre o chão fincados.
Um vestígio remoto de cercados…
E a estrada erra para além da imagem.
Dois vultos na poeira da paisagem
de solidão e esquecimento só.
Duas presenças de remendo e pó,
entre folhas silvestres e poeira…
E vão-se as nuvens, luz altaneira
do sol na sua linha fugidia…
Vão tomando ares de melancolia
agora, as duas sombras ao luar…
– Uma parece crer… A outra sonhar...
E um diálogo lento se inicia,
à luz das horas altas… – Nostalgia,
benquerenças ou não… Lembranças mil…
Há um encanto, uma mágica sutil,
pondo um requinte de outros mundos no ar.
E cada qual retoma o seu lugar,
quando o luar já no horizonte desce,
como as coisas que quando se segue, se esquece...
E nunca mais, depois, se pensa.
É a mesma paisagem vaga e imensa...
POEMETO N° 04
Se eu morresse ao luar,
tu encontrarias,
bem sei,
na minha mão um colar
das estrelas que contei...
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